O que será que seria

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O que seria de mim sem o irreal, sem o inconstante, sem o avesso. Poderia ser uma porção de coisas mais ao mesmo tempo não seria nada. Poderia ter tudo mais não teria nada. Seria eu não sendo.

Olhar e fingir que não ver, querer e ter que esperar, odiar e dizer que adorou. Sempre inventei inúmeras formas de viver, muito embora, a vida insista em dizer que só existe uma.

Difícil? Nem um pouco...

Árduo seria encarar a triste realidade que o mundo enfrenta sem recorrer ao ilusório, sem poder ter acesso aos meus personagens, sem encarar meus medos, sem experimentar meus pesadelos.

Vivo o imprevisível amo o inconstante aprendo com o lúdico às vezes fico em pânico.

Me viro do avesso, me desmonto, me remonto, aprendo com meus erros, me descubro, me percebo, mais no fim de tudo enlouqueço...

Volto aos meus devaneios e então descubro que apesar de tudo ainda tenho forças pra seguir o inconstante, viver o imaginário e me doar por inteiro.

E por mais que eu pense que não existem possibilidades, encontro refúgio dentro de mim mesmo.

Nem tão livre assim

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Neste exato momento sinto a ausência do meu próprio eu, confesso que estou perdido em minhas fantasias e não sei mais o que é a realidade. Todos os meus complexos e manias foram subtraídos e já não consigo identificar a linha que divide a loucura da sanidade.

Será que ainda estou lúcido? Sinto minha consciência tão distante, talvez seja porque eu não esteja aqui ou só uma parte esteja. Tenho medo, ainda há um pequeno vestígio de bom senso operando em mim, ouço o eco da sua voz dizendo que não devo me entregar.

Estimo a necessidade de passar por uma mudança radical mais é incrível como a sociedade discrimina não aceita, exclui. O que pode haver de errado com uma pessoa que foge dos padrões “normais”? Por onde anda a compreensão e o respeito?

Dentro de mim, em algum lugar, ouço gritos que clamam por liberdade, parece incrível mais essa liberdade poucos conhecem.

Admito a existência de muitos valores morais que a sociedade insisti em impor, mas de que isso importa quando se tem ao lado a insânia.