O que seria de mim sem o irreal, sem o inconstante, sem o avesso. Poderia ser uma porção de coisas mais ao mesmo tempo não seria nada. Poderia ter tudo mais não teria nada. Seria eu não sendo.
Olhar e fingir que não ver, querer e ter que esperar, odiar e dizer que adorou. Sempre inventei inúmeras formas de viver, muito embora, a vida insista em dizer que só existe uma.
Difícil? Nem um pouco...
Árduo seria encarar a triste realidade que o mundo enfrenta sem recorrer ao ilusório, sem poder ter acesso aos meus personagens, sem encarar meus medos, sem experimentar meus pesadelos.
Vivo o imprevisível amo o inconstante aprendo com o lúdico às vezes fico em pânico.
Me viro do avesso, me desmonto, me remonto, aprendo com meus erros, me descubro, me percebo, mais no fim de tudo enlouqueço...
Volto aos meus devaneios e então descubro que apesar de tudo ainda tenho forças pra seguir o inconstante, viver o imaginário e me doar por inteiro.
E por mais que eu pense que não existem possibilidades, encontro refúgio dentro de mim mesmo.