Os Dias Precisavam Passar

domingo, 28 de julho de 2013


Ela sempre se perdia em suas lágrimas. Chorava por tudo e também por nada. Chorava pelas lembranças que causavam dor e rasgavam a alma. Chorava, também, em meio ao êxtase de uma gargalhada.

Ela sempre foi pura emoção, mas sabia usar a razão. Entregava-se aos embalos da vida como uma adolescente perdida que se entrega ao beijar.

Ela tinha tudo e não tinha nada. Sonhava com um amor de verão, mas queria alguém pra abraçar no inverno. Odiava o óbvio e não perdia tempo  com o desnecessário.

Ela sempre soube que o amanhã é outro dia, mas não tinha certeza se iria chegar. Vivia o agora sem dar tanta importância ao depois. Normalmente, gostava de usar o passado para se defender.

Ela não era mulher de se apegar, mas ficava mexida com um simples olhar. Era aventureira e adorava voar. Tinha pensamentos proibidos, mas levava consigo a inocência no falar.

Tudo o que ela mais queria era não querer, e apenas uma coisa a comovia: viver.

Um Novo Olhar

segunda-feira, 22 de julho de 2013


Imagem: zedge.net

Eu estive ausente e descobri na ausência uma capacidade incrível de me encontrar. Sabe quando você resolve parar um pouco e olhar para dentro? Pois é, nada mais justo do que encontrar razões suficientes para não desistir. E não vá pensando que as minhas razões são poucas, também não pense que existe uma segunda pessoa na história. Nessa altura do campeonato descobri que preciso só de mim. Não é a toa que agora eu entenda porque sempre fracassava todas as vezes que metia a cara na rua atrás da felicidade. Quero dizer que das vezes que me senti feliz, adivinha só, eu estava na minha companhia...

Vai soar estranho se eu falar que outrora vivia “fora de mim”?  Talvez você esteja pensando que isso é coisa de louco, mas não foi por acaso que descobri a beleza de estar em minha companhia, foi por necessidade mesmo. Sabe quando você desperta e resolve aceitar que a vida não é previsível, que toda segurança que fantasiamos ter é na verdade um doce veneno...

Minha memória resolveu lembrar-se de todas as vezes que desisti de mim por causa de alguém, todas as vezes que tive que matar um lado meu que eu amava só para agradar quem nunca esteve disposta a fazer o mesmo. Antes de tudo, agora sei para onde devo olhar, sei quem colocar em primeiro lugar. Não pense que eu resolvi mudar ou que eu mudei, definitivamente não! Acho que toda tentativa de mudança não costuma dar certo. Tudo o que tenho feito é me permitido ser eu, sem culpa nem julgamentos.

Colocar-me no papel de um idiota incompreendido, me trocar por alguns amores passageiros, assumir a culpa por erros que não são meus, isso nunca mais. Sei que agora caminho em um nível mais elevado da minha existência, é um encontro com o amadurecimento que passou a ser ainda mais criativo porque fiz por mim e em mim.

É SÓ ISSO?

sábado, 15 de setembro de 2012

Ele sabia que nunca existiu um caminho pronto a se seguir ou uma felicidade que se pudesse adquirir com uma afirmação do tipo “hoje vou ser feliz”. Sabia que a vida sempre foi imprevisível, que viver é escolher, e escolher é sempre uma questão de presente. Não há como escolher no passado ou no futuro. Escolhas são feitas aqui e agora diante das circunstâncias que emergem do caminhar.
Ele tinha medo, entendia que viver era assustador, pensava assim porque sempre gostou de controlar tudo, apesar de no fundo saber que para ter algum tipo de controle seria necessário se submeter a seguir um script e isso ele não queria.
Sim! Viver para ele era correr riscos, estar sempre aberto ao novo, assumir-se como protagonista e único responsável pela própria história. Sentia o quanto isso era agoniante. Falava em ser autentico e em se aceitar como é. As duas coisas só seriam possíveis se fosse possível se despir de todo estereótipo introjetado das exigências sociais.
Apesar de tudo ele continuava sorrindo, chorando, se alegrando, sofrendo, amando, odiando... Vivendo!

Algo mais?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Algo dentro de mim pulsa tão forte que me faltam palavras para descrever. Seria menos perturbador se eu conseguisse identificar, no entanto, até esse direito me foi retirado.

Tratar de sentimentos não é nada fácil, tem aqueles que parecem impossíveis de serem lidos e outros que talvez não queiram ser identificados.

O que me serve de bengala – insisto em sempre querer me apoiar em algo – é a minha sensibilidade; Por mais que a sua voz esteja distante, sei que preciso ficar na retaguarda, resolver algumas coisas, me esquivar de outras, exercitar melhor a arte de observar...

Prefiro acreditar que ainda não me foi permitido trazer esse turbilhão de sentimentos/emoções à consciência pelo fato de não possuir estrutura para suportá-los.

Enfim, talvez, quem sabe, em algum momento deste percurso eu consiga acalmar esse furacão, e por mais que não obtenha resposta alguma, espero, ao menos, aprender a entender esse silêncio que a minha alma insiste em gritar, defender, aguçar...

Ps.: Não é um texto 'bonitinho' mais foi o que saiu.

Entendeu!

sábado, 28 de agosto de 2010

Eu acho é graça de pessoas que vivem se escondendo das suas vontades, que passam o dia se preocupando em fazer tudo certo, que dão uma super importância ao que os outros falam, que não se respeitam.

Eu acho é graça de pessoas que pensam que sabem tudo, que se tornaram escravas do ódio, que fingem ser quem não são só pra agradar, que há tempos perderam a sua essência.

Eu acho é graça de pessoas que vivem uma mentira, que preferem enxergar só o que é evidente, que ficam todo o tempo reparando a vida alheia, que são indiferentes a tudo.

Eu acho é graça de pessoas que não amam, que não choram, quem não sorriem, que não vivem, que não se permitem, que pararam no tempo e deixaram de ser gente.