Ela sempre se perdia em suas lágrimas. Chorava por
tudo e também por nada. Chorava pelas lembranças que causavam dor e rasgavam a
alma. Chorava, também, em meio ao êxtase de uma gargalhada.
Ela sempre foi pura emoção, mas sabia usar a razão.
Entregava-se aos embalos da vida como uma adolescente perdida que se entrega ao
beijar.
Ela tinha tudo e não tinha nada. Sonhava com um amor
de verão, mas queria alguém pra abraçar no inverno. Odiava o óbvio e não perdia
tempo com o desnecessário.
Ela sempre soube que o amanhã é outro dia, mas não
tinha certeza se iria chegar. Vivia o agora sem dar tanta importância ao
depois. Normalmente, gostava de usar o passado para se defender.
Ela não era mulher de se apegar, mas ficava mexida
com um simples olhar. Era aventureira e adorava voar. Tinha pensamentos
proibidos, mas levava consigo a inocência no falar.
Tudo o que ela mais queria era não querer, e apenas uma
coisa a comovia: viver.
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